da Folha Online
Ali Larijani, negociador nuclear iraniano, fala a jornalistas em VienaAinda não há data oficial para a conferência. No entanto, a TV iraquiana especula que o encontro, que incluirá os membros do G8 [os sete países mais desenvolvidos e a Rússia] deve ocorrer em 10 de março.Além do Irã e da Síria, o Iraque também convidou outros países do Oriente Médio para as discussões --entre eles, o Bahrein, Egito, Jordânia, Kuait, Arábia Saudita e Turquia.Apesar de o regime de Teerã mostrar-se reticente, o Iraque anunciou nesta quarta-feira que todos os seus países vizinhos --inclusive o Irã-- aceitaram participar do encontro, que ocorrerá em Bagdá e terá o objetivo de discutir a questão da segurança no país. Ali Larijani, chefe do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, afirmou que autoridades iranianas estão "revisando a proposta". "Nós apoiamos a resolução de problemas do Iraque e iremos à conferência se isso for benéfico", disse ele. '"Nós acreditamos que a situação do Iraque diz respeito a todos os países vizinhos, por isso queremos ajudar".No Iraque, o vice-ministro de Relações Exteriores Labid Abawi afirmou que "nenhum país rejeitou o convite para a reunião", embora a Rússia e a França estejam "estudando" a proposta. "Eu não vejo sinais de que nenhum país vá recusar a proposta", afirmou.De acordo com Abawi, os EUA, o Reino Unido, a China, a Arábia Saudita e o Irã afirmaram que irão comparecer ao encontro, cuja data será divulgada oficialmente nos próximos dias".ReviravoltaA aceitação dos EUA em participar de uma reunião ao lado do Irã marca uma mudança da postura diplomática do país, que vinha se recusando a discutir a questão da segurança no Iraque com o regime de Teerã. Washington acusou várias vezes o Irã e a Síria de incitarem a violência no Iraque e rejeitou um relatório do Grupo de Estudos para o Iraque, divulgado em dezembro, que recomendava a participação dos dois países nas discussões a respeito da situação do conflito no Iraque.
Os EUA afirmam que ambos os países financiam o terrorismo, e dizem que agentes iranianos fornecem a insurgentes bombas sofisticadas utilizadas em ataques. O governo americano também acusa a Síria de não combater a entrada de terroristas por meio de sua fronteira.Ontem, no entanto, a secretária de Estado Condoleezza Rice anunciou que os EUA participarão do encontro e disse que seu país "apóia" o convite feito ao Irã e à Síria.Rice afirmou na terça-feira (26) que o encontro será preparatório, e antecipa uma reunião ministerial que está prevista para ocorrer em abril deste ano.Os EUA cortaram relações diplomáticas com o Irã em 1979, quando extremistas iranianos invadiram o prédio da Embaixada americana em Teerã, fazendo funcionários reféns. Washington manteve as relações diplomáticas com a Síria e sua Embaixada em Damasco.VisitaO presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje durante visita ao Sudão que o apoio "ao governo legal do Iraque, à sua soberania e à sua unidade nacional" é importante porque tais elementos são "fundamentais" para resolver os problemas do país.A Síria será representada na reunião por Ahmed Arnous, assessor do Ministério de Relações Exteriores, de acordo com informações de fontes do ministério.Damasco diz acreditar que a participação americana no encontro é um "primeiro passo (...) na direção correta para um diálogo compreensivo com a Síria e para todos os assuntos no Oriente Médio", segundo a agência de notícias estatal síria Sana