sábado, fevereiro 24, 2007

Efeito de borda - desmatamento

Esta é uma matéria muito sobre desmatamento publicada na revista Galileu deste mês.


Quando uma floresta é desmatada, até as árvores que ficam em pé pagam o pato. Foi o que descobriu um estudo do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, uma iniciativa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Instituto Smithsonian, nos EUA. Pesquisadores envolvidos no projeto vêm observando cerca de 32 mil exemplares de árvores desde 1980 e revelaram que, quando uma floresta tropical é fragmentada, ventos quentes vindos das pastagens ao redor matam muitas árvores que não conseguem suportar a degradação.
"Nossos fragmentos perderam 80 toneladas por hectare de biomassa arbórea", afirma Henrique Nascimento, do Inpa. "Isso aconteceu dentro de 100 metros a partir das bordas dos fragmentos, devido à mortalidade das árvores e mudanças na composição de suas espécies", diz William Laurance, pesquisador do Instituto Smithsonian e líder do experimento.
Esse número equivale a um quarto da biomassa total da floresta. Cerca de metade desse material é carbono, que vai acabar se tornando CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) quando a biomassa morta se decompor. "Em uma escala global, estimamos que a fragmentação de florestas tropicais pode produzir até 550 milhões de toneladas de CO2 anualmente", afirma Laurance. Cerca de 6,7 bilhões de toneladas de CO2 são emitidas anualmente no mundo, das quais por volta de 3,3 bilhões permanecem na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. "Isso é mais do que as emissões causadas pelo desflorestamento por si só", diz.
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