sábado, janeiro 27, 2007

EUA vs CHINA - parte 2



A corrida armamentista continua. No dia 20/01 (sabado) foi postado neste BLOG a matéria nova guerra nas estrelas em que era anunciado um lançamento de um míssel pela China que destruiu um satélite. Agora o caso se desenrola.... veja a matéria na íntegra jo jornal Le Monde:

A rivalidade estratégica sino-americana volta à tona depois do lançamento por Pequim de um míssil anti-satélite
A China provou a sua capacidade de destruir a partir do solo um satélite em órbita numa altitude mais elevada que a dos satélites militares americanos
A China provou a sua capacidade de destruir a partir do solo um satélite em órbita numa altitude mais elevada que a dos satélites militares americanosEric Lesercorrespondente em Nova YorkAo assumir o poder, em janeiro de 2001, a administração Bush havia apontado a China como o seu principal adversário potencial no campo militar e estratégico. Mas os atentados de 11 de setembro de 2001 e as guerras no Afeganistão e no Iraque mudaram as prioridades.A destruição, em 11 de janeiro, de um satélite meteorológico por um míssil chinês, confirmada por Pequim, no entanto, está sendo entendida em Washington como um teste e uma advertência, no mesmo momento em que a Casa Branca está enfraquecida. Ela é também interpretada como a superação, por parte do exército chinês, de um limite importante em sua capacidade de neutralizar a vantagem tecnológica dos Estados Unidos em caso de confrontação em torno de Taiwan.Os serviços de inteligência americanos sabem há muito tempo que o exército chinês desenvolve sistemas de armas anti-satélites (Asat ou "antisatellite weapons"), mas vê-los conseguir destruir um artefato que evoluía numa órbita elevada foi uma surpresa. Em seu relatório anual sobre o poderio militar chinês, divulgado em maio de 2006, o Pentágono escrevia: "A China pode hoje destruir ou danificar um satélite apenas lançando um míssil balístico ou um veículo espacial dotados de uma arma nuclear".Mas este, manifestamente, não é mais o caso. Além disso, Pequim também provou a sua capacidade de atingir um satélite em órbita numa altitude de 850 quilômetros, ou seja, mais elevada do que a maioria dos satélites militares americanos.A corrida armamentista no espaço havia sido interrompida com o fim da guerra fria. Ela acaba de ser retomada. Segundo várias fontes americanas, em setembro de 2006, a China "iluminou" durante alguns segundos um satélite americano, por meio de um raio laser emitido do solo.Para o Departamento da Defesa, destruir esses satélites de observação seria a primeira etapa de um ataque chinês que permitiria então a Pequim estar numa posição mais favorável para enfrentar uma frota americana tornada cega. Neste cenário, a China utilizaria equipes de engenheiros em informática para penetrar nas redes de computadores de defesa dos Estados Unidos e paralisá-las, e ainda recorreria a um número importante de míssil solo-mar com o objetivo de impedir os porta-aviões americanos de se aproximarem das regiões costeiras chinesas.
Risco de escalada
A dependência das forças americanas da tecnologia, e principalmente a espacial, é muito grande. Por ocasião de um exercício recente em parceria com a aeronáutica indiana, aviões de combate Soukhoï, de fabricação russa, dominaram jatos F15 quando estes últimos não puderam contar com a orientação dos satélites e dos aviões radares Awacs."Os chineses querem nos rechaçar o mais longe possível", resume Dan Blumenthal, um antigo responsável do Departamento da defesa e especialista do grupo de reflexão neoconservador American Enterprise Institute. "Eles querem mostrar que o custo de uma intervenção e de uma confrontação por Taiwan seria muito elevado demais", acrescenta.Em outubro de 2006, um submarino chinês surgiu na superfície do Mar da China para a grande surpresa de um grupo naval americano que incluía um porta-aviões. Segundo oficiais de marinha americanos, o incidente "poderia ter conduzido a uma escalada bastante inimaginável".Em maio de 2006, o Pentágono concluiu o seu relatório sobre o poderio militar chinês sublinhando que "este país detém o mais importante potencial para entrar em competição militar com os Estados Unidos e desenvolver tecnologias capazes de contestar as nossas vantagens".Num artigo publicado no "Washington Post", na quinta-feira, 25 de janeiro, Elizabeth Economy, uma especialista na Ásia que atua no Conselho das relações exteriores, adverte que "o desenvolvimento do poderio bélico da China será tão difícil e perturbador que aqueles das outras potências mundiais".O pedido formal que foi feito pelos Estados Unidos, cerca de dez dias depois do teste chinês, à Polônia e à República Tcheca, para instalar em seus territórios bases que constituiriam elementos do escudo antimíssil americano, talvez não seja uma mera coincidência.
O Exército Popular de Liberação
Número de homens: 2,3 milhões de soldados, 4,6 milhões com as forças paramilitares.
Orçamento: Ele progride em mais de 10% por ano desde 1990 e alcançou oficialmente US$ 35 bilhões (R$ 74,46 bilhões) em 2006. Os americanos estimam que o total das despesas militares chinesas, na realidade, é de US$ 105 bilhões (R$ 223,37 bilhões).
Armamento: Pequim, que instalou entre 710 e 790 mísseis em frente a Taiwan, dispõe de mísseis nucleares e convencionais capazes de alcançar todos os pontos do globo.O exército conta mais de 700 aviões de combate e mais de 75 navios de superfície. A China adquiriu junto à Rússia destróieres e submarinos de última geração.Moscou entregará para Pequim neste ano os seus primeiros mísseis de longo alcance S-300, um sistema de armas que suporta a comparação com o Patriot Pac-3 americano.
Tradução: Jean-Yves de Neufville

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