Ontem a noite estive na USP e vi de perto a assembléia estudantil que definiu a permanencia na reitoria mesmo com a ameaça da intervenção da tropa de choque. O que vi foi bem maior do que imaginava e do que os nossos medíocres meios de comunicação de massa afirmam. Apesar do frio e da chuva os estudantes lotaram a frente da reitoria para discutir. Nunca, desde meus tempos de USP, presenciei algo tão forte e intenso. Nos olhares fixos e nas palavras de ordem emocionadas vi discursos belíssimos e senti inveja de não poder estar ali ativamente. Em meio as falas, um estudante leu em uma folha de papel amassada os procedimentos que os alunos deveriam tomar caso fossem abordados por uma ação violenta da polícia. Nas palavras ditas nada de incitação a violência. As atitudes esperadas, segundo o documento do estudante, eram para os alunos ficarem sempre juntos e não reagirem a violência com violência. Medidas simples, porém importantes como: lavar os olhos com água em abundância caso sejam atacados gom gás pimenta e não pegar as bombas jogadas pelos PMs. Como tinha que voltar cedo para casa ao sair da multidão pude acompanhar ao longe os repórteres das principais emissoras de TVs fazerem suas reportagens sobre o evento. Parei do lado de um reporter da Record, que em frente as câmeras, com a maior "cara-de-pau" afirmou que os "estudantes invasores" disseram que estavam se preparando para responder com violência a polícia. Nem preiso dizer como isto me enfureceu. Mas a resposta ao miserável repórter veio hoje, quando os estudantes preparam centenas de flores de papel para entregar aos policiais. Como diria Che Guevara:
"Hay q endurecer, pero sin perder la ternura jamas"
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